Infância

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segunda-feira, 30 de abril de 2007

Do Ensino Religioso na Sala de Aula


O que dizer do Ensino Religioso em pleno século XXI? Como me posicionar a respeito se a respeito do assunto já há tantos posicionamentos e desdobramentos e confusões? Que linha de pensamento desenvolver se nas escolas, ainda em sua grande maioria católicas, encontramos as mais variadas crenças e religiões?

O que precisa ser esclarecido: O professor não está ali para catequizar. Não cabe a ele dogmatizar. É papel do professor de Ensino Religioso, independente de suas convicções, questionar, problematizar. E nunca fazer da aula um discurso ideológico em prol de uma religião ou outra.

E não é fácil para o professor. Muito menos para o aluno. Vestimos tamanha couraça costurada de verdades, que nos surpreendemos, freqüentemente, promovendo empolgadas palestras de conscientização, para não dizer imposição de nossas próprias fantasias.

Recentemente, ao conversar com o professor Marcelo, percebi, o quão difícil e maravilhoso é o seu trabalho. Primeiro: nenhum aluno ficará reprovado em Ensino Religioso. Ou seja, vai ter criatividade assim no “inverno” para despertar interesse na criança e no adolescente, já que não paira sobre os mesmos o fantasma das notas baixas. Segundo: Os temas debatidos são tão atuais e polêmicos, a descoberta da sexualidade, para citar apenas um exemplo, que muitas vezes a própria família surge enquanto obstáculo, no sentido de não querer permitir, são as palavras de alguns pais, “que certas conversas cheguem aos ouvidos dos filhos”.

Como se o mundo não estivesse aí para ensinar... como se não fosse papel da escola e dos educadores e da família orientar... como se precisássemos, mais uma vez, fechar os olhos, quando se faz necessário enfrentar.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Desmitificação



Porque é preciso chorar. Ai do homem que não consegue chorar. Ai. Ai. Ai. Chorar. Falemos sério. Aquele aperto no peito já é coisa do passado. O barato são as lágrimas. Deixemos de conversa fiada. Papo besta de panela prestes a explodir. Para que tanta pressão? Opressão danada. Como se fôssemos vampiros. Catando lixo na escuridão. Maldição.

Porque é preciso chorar. Não estou falando de bebês chorões. Chorar. Feito machos. Os machos também choram. Também há lágrimas escorrendo e umedecendo barbas. Bigodes. Cavanhaques. E as mulheres – pasmem! – não nos consideram fracotes ou bobalhões. Sério! Aceitam-nos enquanto humanos.

Porque é preciso chorar. Precisamos piscar com um certo conforto. Lágrimas. Faz-se necessário alimentar a córnea. Lágrimas. Nada de microorganismos invasores. Lágrimas. E por aí vai. Seremos nós – homens - tão idiotas assim? Chorem! Por deus, chorem! Digam que é em prol da visão. Que seja. Mas chorem.

Porque é preciso chorar. Deixemos de ser raposa. Se não alcançamos as uvas é por uma incapacidade qualquer. Se não sou capaz de enfrentar não sou capaz de enfrentar e pronto. Se me envergonho de nem sempre corresponder às expectativas me envergonho de nem sempre corresponder às expectativas e pronto. Mas afirmar que homem não chora ou não deve chorar é uma grande bobagem. É não aderir à revolução.

terça-feira, 10 de abril de 2007

O Primeiro Beijo




Como se o corpo, liderando um motim,

Ousasse, finalmente, enfrentar a alma.

Como se Deus, percebendo que nem

Raios e trovões e poeira

Nos conseguiriam espantar,

Desse o braço a torcer.

domingo, 8 de abril de 2007

Platônico (?)






A TI




Conheço grandes homens
Pequenos homens
Frustrados
Frustrações
São poetas desgraçados
São mulheres idealizadas
E nunca
Nunca
O tão sonhado amor
São versos fantásticos
Belas estrofes
E sempre
Sempre
A mesma dor
Mas conheço-te também
E questiono-me angustiado
Serei poeta?
Grande (?)
Pequeno (?)
Serei frustrado também?
Teus olhos
Uma ilusão
Teu rosto
A tranqüilidade
Teu corpo
A satisfação
Não tocá-la
Minhas mãos
Não sentí-la
Meus lábios
Não possuí-la
Meu coração
De que vale tanta poesia?
Sofro (sonho) tanto por ti!
Palavras?
Insignificantes.
Dizer não é justo lutar por ti
É tão blasfemo – encarar Deus
E duvidar do seu poder!
Dizer tentarei esquecer
É tão mesquinho – fechar os olhos
Quando é preciso encarar!
Ilusão
Tranquilidade
Satisfação
(Há contristação no ocaso)
Ilusão – olhos tão claros (caros)
Tranquilidade – ao teu lado
Satisfação – mulher ideal
Tocar e não tocar
Sentir e não sentir
Possuir e não possuir
Até quando?
Frustração (?).