Dileto Professor do Século XXI,
Durante
três dias consecutivos observei as suas aulas. O que mais me incomodou foi a
quietude dos alunos. Meninos e meninas, de sete ou oito anos, feito estátuas em
suas cadeiras, talvez transpareçam uma maravilhosa concentração que somente
resultará em aprendizagem. Cuidado. Não se precipite. Afinal, “o sujeito não é
passivo nem pré-formado, mas interage com o meio e nesta interação constrói o
conhecimento através de descobertas e invenções”. Acrescento: “a função do professor é desafiar
o aluno, provocando constante desequilíbrio em seus esquemas mentais”.
O
senhor não é mal intencionado, mas as respostas prontas que apresenta para os
alunos pouco contribuirão para o desenvolvimento cognitivo dos mesmos. Na idade
em que se encontram (estágio operatório-concreto) espera-se que já sejam
capazes de pensar logicamente sobre objetos e eventos. A questão é: como
verificar tais habilidades se os alunos apenas ouvem e anotam (haverá
assimilação?) durante as aulas?
Para
melhor orientá-lo, sugiro a leitura completa de minha Teoria Psicogenética que, em resumo, consiste em uma “disciplina que estuda os mecanismos e os processos mediante
os quais se passa dos estados de menor conhecimento aos estados de
conhecimento mais elevado – proximidade ao conhecimento científico”.
Jean Piaget
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