Infância

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quarta-feira, 14 de março de 2007

Servil




Não sou sequer a sombra

Do que pensas que eu sou

Serei talvez a ilusão do poeta

A doce lua branca que encanta o mar

Um mero símbolo de possibilidades tão fúteis

Não há graça ou desgraça em tudo isso

Sou mortal

E como tal

Posso brincar de morte

Que sorte

Não é ela a mulher do capuz

Nem é dela a severa foice

Eu estou encapuzado

Severo sou eu

O contador de histórias

Que tanto mal faz aos seus alunos

Por que se deixar levar

Acreditar nas possibilidades do sonho

Como se possível fosse – sonhar

E desejar

E desde já

Encarar homem deus e diabo

Diacho

Que seja inferno

Inverno ou verão

Que seja

Que eu seja

Pobre triste amargo lúcido

Lúcifer

Ferir-se

Ir-se

Se

Tu fosses eu

Eu

Que já fui tantas vezes

Tu.

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