Infância

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Assassinador (NONA PARTE)


As mulheres eram sempre amarradas com as mãos para trás. A mordaça também era um acessório por demais necessário. Crispim não suportava os gritos de uma fêmea. Mesmo sabendo que o golpe seria único e certeiro, sabia também que aqueles segundos que antecediam a bordoada provocavam, na vítima, tamanho desespero que, se pudesse gritar, o próprio desespero, arremessado à velocidade do som, provavelmente mataria o agressor.

As roupas eram arrancadas bem mais tarde. Crispim gostava de observá-las morrendo. Lamentava o fato de não poder enxergar o sangue confundindo-se com a lama. Impossível realizar aquela faina durante o dia. Era contentar-se com o estrebuchar dos corpos. Com o ronco que antecedia o último suspiro.

Depois era despir e lavar o cadáver. Prepará-lo para o último sacrifício. No caso de Maria Celeste tudo era bem mais especial. Crispim estava diante de uma mulher que se não deixou profanar por tempo demais. Ela não era como Maria das Dores. Ela não era como Conceição de Maria.  Nem era uma jovem sedenta de sexo e promiscuidade. Mas era virgem e se chamava Maria.

(CONTINUA...)

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